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Da luta contra o câncer à Rainha do Pegue e Monte: como Cris transformou R$300 em um ‘reino’ de festas no Aero Rancho

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Artigo escrito por Hernane Cardoso

Data da publicação 25/11/2025

A Rainha do Pegue e Monte, Cristiane Araújo Nunes, conta como um investimento inicial de R$ 300, fé e inovação criaram um negócio que aluga 80 a 100 kits por semana

Há histórias de superação que viram negócios inspiradores, e a de Cristiane Araújo Nunes é um exemplo. Aos 29 anos, após a retirada do útero por causa de um câncer, ela encontrou no trabalho e na criatividade um caminho para reconstruir a vida. Tudo começou com R$ 300 que sobraram do acerto do antigo trabalho, e hoje o empreendimento que ela fundou no Aero Rancho é referência do setor em Campo Grande e além.

Da luta contra o câncer à Rainha do Pegue e Monte

O negócio, batizado de Pegue e Monte, surgiu da experiência de Cris como decoradora de festas e da vontade de reduzir o desgaste de trabalhar fins de semana inteiros. A ideia foi simples e eficiente: oferecer kits completos para quem quer montar a própria decoração, juntando painel, tema, bandejas e peças profissionais em um só lugar.

Segundo a empreendedora:

Pegue e Monte é uma categoria em que a pessoa vai até o local, pega, leva para casa e monta. Lá tem várias coisas: painel, tema, bandejas, peças profissionais. Isso hoje é muito comum, mas anos antes não era. Isso surgiu aqui em Campo Grande comigo e é um verdadeiro sucesso porque as mães encontram tudo em um lugar só.

Do diagnóstico ao primeiro capital

O diagnóstico foi um baque, mas também um ponto de virada. Cris lembra que, logo após o nascimento do segundo filho, aos seis meses, percebeu sinais que levaram ao exame e à cirurgia.

Em suas palavras:

Fiz um tratamento mais tranquilo. Eu tinha acabado de ter meu filho, ele tinha seis meses e comecei a perceber que um líquido estava saindo de mim e não era normal. Para mim foi um grande baque, eu tinha 29 anos, era jovem, não tinha histórico nenhum na minha família, confesso que no primeiro momento meu mundo desabou, achei que iria morrer. Isso passa na cabeça da gente. O médico disse que seria mais seguro retirar o útero.

Daquele momento de vulnerabilidade veio também a decisão de investir no próprio talento. Com o acerto do antigo emprego, sobraram R$ 300, quantia que se tornou o capital semente do empreendimento. Aos poucos, o negócio cresceu: a loja que começou com Cris e o marido hoje tem sete funcionários fixos e mais sete indiretos, mostrando que a ideia foi além de um projeto doméstico e virou fonte de renda e emprego local.

O modelo que mudou festas em Campo Grande

O modelo Pegue e Monte agregou praticidade e variedade ao mercado de festas. No Cantinho da Cris Reis, localizado na Rua Santa Quitéria, 1278, no bairro Aero Rancho, o público encontra kits que vão de R$ 150 a R$ 1.300, e a demanda é alta: por semana, Cris aluga de 80 a 100 kits. A maior parte dos clientes são mães, mas o serviço atende também casamentos, 15 anos, corporativos e outras celebrações.

Além do acervo físico, a empreendedora desenvolveu um sistema de locação que facilita contratos e comunicação, com QR Code que anexa contrato e alertas, e um aplicativo que é oferecido a profissionais da área. A inovação tecnológica, somada ao atendimento voltado para quem busca praticidade, ajudou a firmar a reputação do negócio.

Cris se orgulha de ter mantido a loja no Aero Rancho, ressaltando que o endereço é parte da identidade dela. Como ela diz:

Tem pessoas que têm o mito de que no bairro as pessoas não têm qualidade. Eu estou aqui, que é classe média baixa, e meus clientes são de todas as regiões, do A ao C. O grande segredo são as redes sociais.

Ensinar, inspirar e manter os pés no chão

O sucesso levou Cris para além da loja, transformando-a em referência. Hoje ela ministra cursos e palestras para quem quer abrir negócios na mesma área, e recebeu títulos simbólicos como rainha do Pegue e Monte e ogrinha do Pantanal.

Sobre essa identidade pública, ela afirma:

Eu fui coroada a Rainha do pegue e monte porque sou a que mais vende na área e tenho o maior número de alunas. Viajo o país palestrando sobre isso. Me apresento como a ogrinha do Pantanal porque eu sou tão simples, natural e Deus me colocou entre os grandes. Eu falo que sou ogrinha pelo meu jeito bruto, porque se precisar pegar mesa para carregar, pintar algo eu vou, limpar o chão eu estou lá.

O modelo da Cris mostra como um negócio local, nascido de uma necessidade pessoal e de um aporte pequeno, pode escalar quando alinhado a inovação, operação eficiente e presença digital. O Pegue e Monte de Cristiane Araújo Nunes provou que R$ 300, combinado com trabalho, fé e criatividade, pode virar um ‘reino’ empresarial que atende centenas de clientes todos os meses e forma novos empreendedores pelo país.

Para quem quer conhecer ou alugar um kit, o Cantinho da Cris Reis funciona na Rua Santa Quitéria, 1278, Aero Rancho, e a história de Cris segue sendo compartilhada em cursos e palestras que inspiram quem sonha em transformar dificuldades em oportunidades.

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