Mulheres empreendedoras transformam o mercado e enfrentam desafios estruturais

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Artigo escrito por Hernane Cardoso

Data da publicação 21/07/2025

O avanço do empreendedorismo feminino no Brasil representa um movimento social e econômico em constante expansão. Segundo o Sebrae, cerca de 10 milhões de negócios no país são liderados por mulheres.

Embora esse número seja expressivo, ele também revela o peso da desigualdade de gênero em diversos setores da economia.

Essas mulheres empreendedoras não apenas movimentam bilhões de reais anualmente, como também geram empregos, promovem inclusão e criam soluções criativas para problemas cotidianos.

Ainda assim, enfrentam desafios estruturais significativos, como o acesso limitado a crédito e o preconceito de gênero, que impactam diretamente o crescimento de suas empresas.

Empreendedorismo como ferramenta de autonomia

Muitas mulheres encontram no empreendedorismo uma maneira de conquistar autonomia financeira. Seja por necessidade ou por vocação, elas buscam abrir seus próprios negócios para garantir independência, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e, principalmente, respeito.

Entretanto, conforme apontam pesquisas recentes, as empreendedoras geralmente iniciam com menos capital do que os homens. Isso ocorre, sobretudo, por conta das desigualdades históricas no mercado de trabalho.

Dessa maneira, acabam se concentrando em setores com menor valor agregado, como o comércio e os serviços.

Apesar das dificuldades, o protagonismo feminino tem crescido. Ainda que, às vezes, enfrentem mais barreiras, as mulheres são mais propensas a buscar capacitação contínua e planejamento financeiro.

Esse comportamento se reflete diretamente na sobrevivência e longevidade dos negócios liderados por elas.

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O papel do Sebrae e o incentivo ao empreendedorismo feminino

Iniciativas como o programa Sebrae Delas surgiram com o intuito de fortalecer o papel da mulher empreendedora. A ação oferece cursos, mentorias e networking, justamente para apoiar a profissionalização dessas lideranças femininas.

Assim sendo, o Sebrae se torna uma referência essencial para mulheres que buscam apoio técnico e emocional ao empreender.

Além disso, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino — celebrado em 19 de novembro — reforça a importância de políticas públicas e ações privadas voltadas a esse público. A data também convida à reflexão sobre os obstáculos ainda presentes na jornada feminina no mundo dos negócios.

Barreiras invisíveis e a dupla jornada

Apesar dos avanços, muitas mulheres seguem enfrentando a chamada dupla jornada. Afinal, além de gerirem suas empresas, continuam sendo as principais responsáveis pelas tarefas domésticas e pelo cuidado com filhos e familiares.

Isso não apenas consome tempo, mas também afeta a produtividade e o bem-estar emocional dessas profissionais.

Do mesmo modo, a desigualdade de acesso ao crédito é um dos maiores entraves. Segundo dados do Instituto Rede Mulher Empreendedora, apenas 14% das empreendedoras conseguem empréstimos bancários com condições justas.

A falta de garantias, aliada ao viés de gênero, ainda restringe as possibilidades de expansão dos seus negócios.

Ainda assim, inúmeras histórias de sucesso provam que, com apoio e conhecimento, é possível superar essas barreiras. Mulheres que lideram empresas de tecnologia, inovação social e economia criativa estão desafiando estereótipos e abrindo caminhos para as próximas gerações.

Representatividade importa — e transforma

A presença feminina em cargos de liderança e no comando de negócios tem um impacto positivo em toda a sociedade.

Empresas lideradas por mulheres tendem a valorizar mais a diversidade, investir em causas sociais e desenvolver ambientes mais colaborativos. Dessa forma, elas não apenas crescem economicamente, como também influenciam positivamente suas comunidades.

Além disso, quando meninas enxergam mulheres em posições de poder, isso amplia seu horizonte de possibilidades. Portanto, a representatividade é uma peça-chave na transformação cultural necessária para a equidade de gênero.

Por isso, fortalecer o empreendedorismo feminino significa muito mais do que estimular a criação de empresas. Trata-se de reconhecer o valor da mulher como agente transformadora, capaz de impulsionar mudanças profundas na economia e na sociedade.

Conclusão

Mulheres empreendedoras estão moldando o futuro do mercado brasileiro com criatividade, resiliência e propósito. Mesmo diante de obstáculos históricos, elas seguem firmes, inovando e liderando com excelência.

Ao promover o acesso ao crédito, incentivar políticas inclusivas e oferecer capacitação, o Brasil tem a chance de construir uma economia mais justa e diversa.

Apoiar o empreendedorismo feminino é, acima de tudo, um investimento no futuro de todos.

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