Conteúdo
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou a suspensão preventiva do contrato firmado com a Crefisa para pagamentos de benefícios a aposentados e pensionistas. A medida, publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira (21), foi tomada depois que o órgão identificou diversas irregularidades na prestação dos serviços.
O que motivou a suspensão
Segundo o despacho, o objetivo da decisão é “cessar imediatamente as irregularidades e proteger o interesse público”. Entre os problemas relatados estão a coação de beneficiários para abertura de contas correntes e a prática de venda casada, situações consideradas graves pelo INSS.
Além disso, houve registros de atrasos em pagamentos, dificuldades de saque, além de reclamações sobre a estrutura precária das agências, como filas longas e falta de caixas eletrônicos.
Histórico da parceria
Em 2023, a Crefisa venceu 25 dos 26 lotes ofertados em leilão do INSS, tornando-se a principal instituição financeira responsável pelo atendimento a novos beneficiários do regime. Essa ampla participação fez com que a suspensão tivesse grande impacto no sistema de pagamentos.
Com a decisão, nenhum novo beneficiário passará a receber pela Crefisa. Entretanto, aqueles que já recebem seus pagamentos pela financeira continuarão sendo atendidos normalmente, sem alterações imediatas.
Outras irregularidades apuradas
Além da coação e da venda casada, o INSS listou problemas como:
- Portabilidade de benefícios sem autorização do cliente;
- Ausência de triagem e emissão de senhas;
- Atendimento precário, com falta de informações claras e suporte adequado;
- Reclamações de beneficiários sobre restrições no acesso ao dinheiro.
Essas falhas resultaram em centenas de denúncias enviadas por Procons estaduais, pelo Ministério Público Federal (MPF), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelos próprios canais de atendimento do INSS.
O que acontece agora
Com a suspensão, o INSS pretende reorganizar o sistema e assegurar que os beneficiários não sejam prejudicados. A decisão não altera contratos já em vigor, mas impede que novos segurados tenham seus pagamentos vinculados à Crefisa.
A expectativa é que outras instituições assumam a função de atender os novos aposentados e pensionistas, garantindo maior segurança e transparência nos serviços.